“Aê Mãe, to indo ali com uns amigos, valeu?” – “Pai, me empresta o carro e uma grana?” – “Pó, relaxa! Não vou beber não!” – “Claro que vou ficar de olho no copo, ninguém vai colocar nada!” – “Fiquem tranqüilos, irei manter o celular ligado.” – “De lá volto direto para casa, podem confiar!”. Qual foi o filho que nunca disse frases como estas? Qual o pai ou a mãe que nunca escutou algo do tipo? Ok, ok! Podemos contar com algumas exceções, de filhos rebeldes ou de pais displicentes. Mas, estamos falando de um todo e do que até então se encontra nas famílias.
Uma relação de dependência que tranqüiliza os pais, pelo simples fato de estarem sempre por dentro da vida dos filhos e assim, mais atentos aos perigos que lhes cercam, ajudando a protege-los. No entanto, para muitos jovens, essa tal de prestação de contas é o que há de insuportável nas suas vidas. A tão sonhada independência aparece como a solução de todos os problemas e conquista da liberdade plena. É fácil julgar pai e mãe, chamá-los de carrascos, tradicionais e incompreensíveis. Mas para que se possa entender o outro, é necessário colocar-se no seu lugar, compreender os motivos e razões de cada um. Pela lei natural da vida, todos os jovens serão pais um dia, e não hesito em dizer que não existe amor maior do que o de pai e mãe. Sendo assim, seguiremos pela lógica: quem ama cuida e tem medo de perder.
Agora imaginemos, analisando os perigos do mundo atual, qual o pai que conseguiria dormir tranqüilo sem que ao menos soubesse aonde o filho se encontra, com quem se encontra, ou que se encontra fazendo? Claro que o simples fato de saber as respostas acima não será o suficiente para livrar o filho do mal. No entanto, a experiência de um pai lhe fornece uma maior sensibilidade para enxergar aonde pode estar o perigo e assim aconselhar e livra-lo deste.
Torna-se livre e independente sem precisar viver dando satisfação pode ser interessante, basta ver a euforia de um passarinho ao partir para o seu primeiro vôo. Mas para isso é necessária a criação de asas. Asas de maturidade e confiança que deixarão os pais mais tranqüilos e permitirão um vôo para a liberdade plena. Caso contrário, apenas se presenciará a queda do ninho. Ter a independência dos pais não significa atingir a maior idade, conseguir um emprego, ou criar barba na cara. Liberdade faz parte da construção de uma confiança que não perturbe o sono daqueles que te amam e zelam pelo seu bem. Não se esqueça: o seu dia vai chegar! Talvez, só assim, se consiga entender o que se passa na cabeça e coração de um pai.
Bruno Sales
